06 outubro, 2012

Pensamentos, revelações e promesas numa manhã de ressaca.



Sabe aqueles dias em que você acorda com uma perspectiva completamente negativa sobre tudo na sua vida? Esse tipo de "despertar", vamos assim dizer, é comum na vida das pessoas, uma vez ou outra, ou até muitas vezes. É completamente normal, porém, sempre que isso acontece, ficamos com a sensação de que é o fim do mundo, de que tudo está um bosta, que um cometa poderia explodir a Terra em mil pedacinhos e você nem ao menos ligaria, aliás essa séria a solução ideal para todos os seus problemas : Se todo mundo sumisse do mundo, ou será que bastava somente uma pessoa sumir, no caso você mesmo? 

Sempre que esse tipo de pensamento me vem a cabeça, eu fico com aquela sensação de que não deveria alimentar tais coisas, o negativismos não nos leva a nada, não é mesmo?  Porém, quanto mais eu penso, mais chego a uma conclusão quase que definitiva : Por mais que eu tente, eu não me enquadro nos padrões sociais e morais dessa sociedade. Não entendo a cabeça das pessoas, as pessoas não entendem a minha, a falta de comunicação que é gerada a partir disso tudo é terrível, simplesmente terrível. Eu juro que tento entender tudo, tendo avaliar todas as situações, mas não chego a nenhum resultado digno. Aí me ponho a pensar sobre o que deveria está fazendo da minha vida, como deveria está interagindo com as pessoas, enfim, como deveria está Victor Adriano posicionado neste mundo ? Cada vez mais isso é difícil de responder, por mais que eu tente, e eu honestamente tento. 

 Observando algumas experiencias, bebendo da fonte de um e de outro eu chego a uma proposta que estipulei para mim mesmo : Preciso sair da esfera da amargura, que me circunda. Absorver novas experiências em outro canto do planeta, porque tudo que me aguarda aqui é uma caixa dentro de outra caixa e sempre que eu abrir para um novo recomeço, estará tudo igual, sempre que eu for abrir para uma nova vida, será a mesma cercada dos mesmos problemas, e se eu não posso mudar cercado disso tudo, que ao menos um novo lugar, um nova experiência maior do que eu mesmo, possa me mudar. 

* Coloquei algumas metas em minha vida, para fazer de 2013 o ano em que deverá ser. No mesmo dia de Setembro, desse novo ano que já desponta querendo nascer, eu olharei este texto e espero que muitas coisas tenham mudado, e que tudo que eu escrever logo abaixo, esteja ao menos encaminhado. 
- Começar a estudar Francês. 
- Começar a me programar para fazer intercâmbio.
- Decidir de uma vez por todas o futuro de minha carreira profissional. 
-  Ter metade de um livro pronto. 

25 agosto, 2012

Duas Lágrimas



Desde de muito cedo ele acreditava em contos de fadas, acreditava em mundos mágicos em que criaturas belas e místicas comandavam a vida de pessoas comuns e nada poderia dá errado. Ele acreditava que o grande senhor Destino agia sobre sua vida. "Não precisa se apressar", dizia ele com calma, "a vida segue e tem um plano para nos". Acreditava que nada poderia dá errado, vivia cercado pela falsa esperança e pelo falso mundo perfeito vendido pelos programas de televisão, dos quais ele não desgrudava. Acreditava que o amanhã sempre seria melhor que o hoje, e sempre esquecia do hoje.

Ele cresceu vivendo em seu próprio mundo de fantasia, com a falsa impressão de que a vida séria um conto de fadas. O amor o encontraria em alguma esquina, e o faria feliz. Toda a felicidade que, na cabeça dele, todo mundo tinha direito, estava só o esperando em algum lugar. Um lugar muito próximo, e não demoraria para chegar. A felicidade ao qual ele tanto procurava era na verdade o amor. Uma forma de amor que ele imaginava que existia, que ele próprio criou através do que via pela janela do seu mundo de fantasia. 

Não demorou muito e ele descobriu, para a sua tristeza, que tudo aquilo que ele achava que era real, que era bonito, na verdade não existia. Tudo não passava de mais um delírio seu. Um dos muitos que o acompanharam sua vida inteira e que ao poucos, ao longo do tempo, foram destruídos, foram quebrando como um espelho rajado, cada pedacinho representando uma de suas ilusões, cada pedacinho representando uma parte do mundo criado por ele mesmo. Todo o seu mundo, que um dia foi seguro e confiável, caindo aos poucos. A cada desilusão, uma parte desse espelho era quebrada. Ele ficava exposto cada vez mais.

Aos poucos não existia mais uma barreira entre ele e o mundo real. Aos poucos, tudo aquilo que ele acreditava, foi apagado de sua mente. Ele não mais estava esperando pelo amor que outrora aguardava ansiosamente. Ele agora estava com uma ferida no lugar do coração, que parecia não sarar nunca, por mais que ele tentasse. Era isso que para ele significava o amor agora, aquele amor bonito com final feliz, agora virou uma ferida, virou dor, virou um rasgo no coração, tudo que era associado a felicidade, agora era igual a tristeza, e isso era uma coisa que ele não queria. Por isso ele deixou de procurar pelo amor. O mundo de conto de fadas estava acabado. Parecia que finalmente ele tinha crescido e entendido uma parte do mundo. Ele ainda estava triste, mas continuaria, agora sem estar preso em seu mundo,a tentar aprender mais sobre o amor, o amor do mundo real, que parecia não existir de verdade, mas ele não queria acreditar nisso. 


18 agosto, 2012

Porto Seguro



Completar vinte anos não foi tão difícil quanto imaginava, afinal. Atravessei aquela linha que estava dividindo a minha vida. Cruzei com medo, para isso precisei de meus amigos, meu porto seguro, segurando a mão de cada um, contando com o apoio de cada um deles, consegui passar pela linha divisória, uma linha tênue, porém, muito difícil de ser atravessada quando se está com medo. Com ajuda do destino um dos pilares do porto seguro estaria ali quase que exclusivamente para me iniciar na minha nova vida. 

Não demorou muito e aquilo que eu mais desejei aconteceu. O coração, que há muito tempo achava que não batia, que há muito tempo achava que não encontraria uma função ideal, bateu forte, bombeou sangue para todo o corpo e escolheu um dono para se apoderar dele, estava completa a minha passagem. 

Doeu. Doeu muito. Sofri. Sofri muito. Mas tinha uma coisa de diferente no modo que sofri. Dessa vez não estava sozinho. Dessa vez estava no outro lado, no outro lado da linha, a linha que dividiu e esperou os vinte anos chegarem para se manifestar. Tinha meu porto seguro, o porto seguro que se dividiu em várias partes sólidas. O sofrimento passou. O porto seguro se desfez para encontrar em mim mesmo a força fortalecedora que dele emanava. Eu virei o porto seguro. As partes que o compõem ainda estão em minha volta, mas não são mais parte integrante dele. Eu virei o porto seguro. 

Aprendi a lidar com o sofrimento e aprendo todo dia. Mas, o melhor presente que posso lembrar de ter ganho nesses vinte anos, foi esse porto seguro. Esperou vinte anos. Esperou todos os meus medos se colidirem de uma vez. Esperou tudo se desmoronar. Aí ele chegou. Chegou de mansinho. Chegou sem fazer barulho. Meu porto seguro, chegou. Meu porto seguro se juntou a mim. Eu sou meu porto seguro agora. 

Ainda tenho medo dos próximos dez anos. Ainda tenho medo de que todo esse mundo irá se desmoronar. Ainda tenho medo de não realizar aquilo tudo que planejei e planejo para a minha vida. Ainda tenho medo de perder tudo. Ainda tempo medo de não ser feliz. Mas sei que esse medo, não me domina mais. Sei que esse medo é só uma espécie de coragem invertida, para que eu possa seguir em frente e ter o que temer. Seguir em frente sabendo que posso tropeçar em uma pedra no caminho. Mas essa pedra será pequena. Essa pedra sairá do caminho, virá outra pedra, ainda maior, mas ela também se afastará do caminho. Por que agora eu sou meu porto seguro.  Agora, finalmente, eu confio em mim, no meu porto seguro, para continuar em frente, de cabeça erguida, chutando as pedras e seguindo em frente. 

08 março, 2012

Envelheço na cidade.

bexigas
Hoje é um daqueles dias em que tudo parece estranho e fora do lugar. Talvez porque falta exatamente uma semana para  o meu aniversário de vinte anos. Completar vinte anos não é uma coisa tão fácil como se aparenta, afinal, vinte anos são duas décadas de vida nesse mundo miserável. Vinte anos é a abertura de um novo ciclo nas nossas vidas. Vinte anos é o momento em que definitivamente você não é mais criança ( teoricamente já não somos há muito tempo). Parece que uma coisa dentro de você, e das pessoas ao seu redor, é ativada quando você chega na casa dos vinte, ou perto disso. De alguma forma aumenta o senso de responsabilidade, é como se você estivesse de uma vez por todas responsável pela sua vida, é como se fosse um segundo estágio para a maturidade ( o primeiro é completar 18 anos, o segundo é entrar na atormentada casa dos vinte e o terceiro é sair de casa e morar sozinho, caso isso ainda não tenha acontecido) e isso assusta.


Faltando uma semana para o meu aniversário, eu posso ouvir toda essa responsabilidade de uma vida adulta, batendo em uma porta imaginária. Toda essa pressão fazendo força para entrar e poder participar do turbilhão de emoções e sonhos que é a minha vida nesse momento.


Mas como eu falei, ainda falta uma semana para o meu aniversário, então adiantarei toda essa confusão por mais um tempo, até chegar na casa dos vinte e não poder mais fazer isso, mas até lá, tenho uma semana de procrastinação.

02 março, 2012

Dear Future me


Aracaju, 02 de Março de 2012.

Querido futuro eu mesmo, como está no ano de 2032? Se é que o mundo não acabou em 2012 como os Maias profetizaram, você ainda lembra das previsões de fim do mundo? Costumávamos sentir medo de algumas delas, lembra da virada do século 20, quando achávamos que mundo iria explodir a meia noite ? Mas superamos todas elas ( assim eu espero). Qual é a nova data de validade do mundo ai em 2032? Espero que não seja em breve. Essa conversa de fim de mundo me lembra da tal onda de 40 metros que iria cair sobre Aracaju, lembra-se? E então, ela já passou? Conseguimos sobreviver? Imagino que sim, já que você está lendo isso, não é mesmo?

Escrevo de um passado que talvez você nem recorde mais. Um momento cheio de sonhos e esperanças. Comecei a universidade há um ano ( você deve lembrar bem como foi a alegria de passar no vestibular), e ainda estou começando a entender todo o mundo Audiovisual, com o qual pretendo trabalhar em um futuro próximo. Mas isso você sabe muito bem, afinal, deve está trabalhando nisso agora mesmo. Também sonho em ser escritor de histórias fantásticas para o público infanto juvenil, sabe aquelas histórias que você tanto gostava quando era mais jovem. No momento estou apaixonado pelo Neil Gaiman, sonho em escrever como ele, além de ter uma flexibilidade que ele tem, livros de vários temas e roteiros maravilhosos. Falando em roteiro, é com isso que eu quero seguir em frente na minha vida profissional, não sei se direção combina comigo, se é que seguirei carreira no cinema. Mas isso você deve saber muito bem, afinal já está com 39 anos, já deve ter realizado alguns desses sonhos que aqui no meu presente são só divagações de uma mente confusa, ou deve até ter arrumado novos sonhos não é mesmo? A vida é assim. "Uh huh, life's like this Uh huh, uh huh, that's the way it is" ( ainda lembra-se da Avril Lavigne, certo?)


E sobre a vida amorosa? Tá casado? Adotou as 4 crianças que você sempre teve em mente? Por favor espero que não as tenha nomeado com personagens de Harry Potter, elas não merecem isso. Aqui em 2012 as coisas estão bom como você deve lembrar, mais paradas que fila do sus.

Daqui a duas semanas é nosso aniversário, eu já estou sentido o peso da idade nos ombros, 20 anos, imagina, são duas décadas nesse mundo. E você como se sente? 40 anos, quatro décadas, duas a mais que eu, aqui em 2012, espero que esses vinte anos de diferença tenham sido uma maravilha. Estou ansioso para te conhecer e saber um pouco da sua vida, espero que você encontre essa carta e lembre-se de mim, lembre-se desse tempo, há 20 anos, talvez o começo de tudo que você tenha hoje, talvez não, só você pode dizer isso.

Victor Ramos
Verão de 2012. 

O autor

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Um ser vindo de outro planeta, tentado aprender a como se comportar nesse lugar estranho e hostil. Um cineasta em formação e um escritor frustado.